terça-feira, 27 de setembro de 2011

Caixas Acústicas e Salas: Sala não é acessório de caixa acústica.


Caixas de som. Sonofletores. Caixas acústicas. Por todos estes nomes entendemos um equipamento que nos permite escutar nossos discos e outras mídias que contém música.
Muitos pensam que uma sala é um acessório de uma caixa de som. Não; a não ser caixas montadas em sistema de grave infinito, que é um alto-falante montado na parede de uma sala obedecendo rigorosamente a medidas pré-determinadas. A sala não é e nunca foi, e nunca será um acessório de uma caixa acústica ou sonofletor: A sala é apenas um ambiente onde podemos confortavelmente usufruir do conforto e prazer que é escutar música.

Longe de ser um agregado, um acessório de um sonofletor, a caixa lhe é um obstáculo; um elemento “atrapalhador” de seu desempenho, se é que podemos nos permitir neologizar. Quando fabricamos uma caixa projetada ou mesmo compramos uma “Infinity” da vida, ambas são imediatamente “atrapalhadas” pela sala, mesmo que esta guarde as denominadas “medidas de ouro”. Lembrando que as medidas de ouro de uma sala de som, majoritariamente, ainda são de: Para cada 1 metro na altura, deve-se acrescentar 1,60 m na largura e 2,50 m no seu comprimento. O ideal é que uma sala tenha, no mínimo, 7 metros no comprimento para a formação das ondas graves mais importantes.

Indo direto ao assunto: Uma caixa de som é feita para funcionar bem ao ar livre (A exemplo, confira Knirsh, que diz o mesmo que digo: http://www.byknirsch.com.br/artigos-03-07-otimiz2.shtml - Vide a 12ª linha de seu texto). Sua estrutura física lhe permite isso. Tanto os sistemas de duto de helmholtz ou bass reflex ou o sistema “suspensão acústica”, a isso permitem. Quando você coloca uma caixa de som em uma sala começam os problemas: Nódulos de ressonância, brilhos demais nos agudos e médios e ausência de graves ou o inverso, graves demais e agudos de menos; reverberação excessiva e outros tantos problemas que os mais familiarizados conhecem. Aí começa-se a “trabalhar” a sala, colocando “costaneiras” (Lembro do mestre Holbein Menezes, um mestre em salas de áudio), refletores, elementos absorventes e muitas outras tantas técnicas. Como você então pode perceber, a sala entra para dar-te conforto físico, mas entra para criar problemas para a audição de sua música. Concluindo, você tem que adaptar a sala à caixa e não o contrário. Quero lembrar também que não há restrição de espaço para você ter a caixa de som do tamanho que você quiser ter, pois uma caixa pode ser ouvida bem de perto do ouvido, não importa o seu tamanho, tendo o ouvinte apenas que ter cuidado com o atenuador ou volume de som. Isto é, terá que escuta-la em baixo volume, para a boa saúde de seu órgão auditivo. O que acontecerá, se forem caixas dotadas de alto-falantes de 12, 15 polegadas ou 18 polegadas, é que, num espaço pequeno, você não terá a formação completa de uma determinada freqüência, em razão do comprimento de onda necessitar de uma certa distância entre o ouvinte e o sonofletor. Um exemplo são as freqüências baixas. Abaixo de 30 hertz que exigem entre 7 e 10 metros para completarem um ciclo de onda, o que chama-se de “comprimento de onda.”

Nota: O autor foi projetista de sonofletores para residências e casas de som.
E-mail: joaquim777@gmail.com